domingo, 24 de julho de 2011

Marcha reúne manifestantes em defesa da educação

Estudantes, professores e representantes de entidades participaram ontem de uma mobilização em prol da educação nas ruas do centro da cidade (Mossoró). O chamado pré-Grito dos Excluídos promoveu uma caminhada partindo da 12ª Diretoria Regional de Educação (DIRED) em direção ao prédio da Reitoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).


Com faixas, cartazes, carro de som, músicas, batucada e palavras de ordem os manifestantes caminharam pelo Centro protestando e convocando a sociedade a participar na luta por uma educação pública de qualidade.


O objetivo da marcha foi criticar a postura do Governo do Estado do Rio Grande do Norte no tratamento com a educação e pela falta de compromisso com os estudantes do Comando de Mobilização Estudantil de Mossoró (COMEM). “Achamos injusto como os professores e estudantes estão sendo tratados e viemos apoiar”, declarou Carlos Antonio, coordenador do Grito dos Excluídos.


Compareceram ainda integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN (Sinte-RN), da Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), Centro Feminista 8 de Março, entre outras categorias.


O estudante Hugo Victor, membro do Comem, estava decepcionado com a falta de palavra do Governo do Estado. “No dia 16 tivemos uma reunião com Paulo de Tarso [secretário-chefe do Gabinete Civil] onde ele disse que a gente podia escolher a hora e local para realizar uma reunião para ouvir as reivindicações dos estudantes. Aí quando foi ontem [na quinta-feira] eles transferiram a reunião que ia acontecer hoje [ontem] na Uern e colocaram em Natal, já em cima da hora”, explica.


Ele lamenta o cancelamento do encontro e disse que o ato foi uma forma que o Governo usou para esvaziar o protesto local. Além de Mossoró, foi realizado uma caminhada em Natal partindo do Shopping Midway em direção à Governadoria.


As ações foram organizadas pelos grupos #foramicarla e #LevanteDoElefante que estão acampados na sede do governo há vários dias. Por lá o clima tem sido de tensão. “Várias noites os policiais foram lá intimidar, dizer que se a gente fizer algo errado vamos arcar com as consequências”, relata o estudante Luiz Luz, do Comem, que estava acampado em Natal desde a desocupação da Dired no dia 12 deste mês.

Ele reforça a crítica ao Governo. “Eles diziam que só negociariam com a gente assim que deixássemos a Dired. Isso aconteceu e ainda não tivemos nenhum avanço nas negociações, e agora, em cima da hora, eles mudam o local da reunião que estava marcada há vários dias”, afirma. Caso não haja nenhum entendimento entre as partes, Luiz disse que o Comem não descarta a possibilidade de fazer novas ações com mais impacto.

Com informações do repórter Bruno Soares
Foto: Ednilto Neves/Gazeta do Oeste

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