A educação da zona rural é tema ainda pouco debatido pela sociedade como um todo, inclusive pelos próprios educadores. A compreensão dos motivos que viabilizam essa discussão envolve a resposta a perguntas do tipo: o que torna a educação do campo merecedora de atenção especial? Existe alguma diferença desta para a dos centros urbanos? E a resposta a esses primeiros questionamentos é o passo inicial para a compreensão da importância do diálogo sobre a temática.
Primeiramente é necessário entender que o espaço rural é reconhecido, legalmente, como ambiente diferenciado das cidades, portanto, preenchido de especificidades presentes em seu cotidiano, cultura, conhecimentos prévios de sua população, trabalho, economia, por fim em inúmeros aspectos. Entretanto, tal reconhecimento é ainda muito recente, tendo inicio na década de 80.
Nesse período inicia-se, por exemplo, o Movimento de Educação do Campo, surgido através da mobilização e união de grupos de identificação camponesa, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O Movimento de Educação do Campo, auto-explicado pela denominação, buscava a efetivação de um programa educacional que levasse em conta as especificidades presentes na vida rural, em seus diversos aspectos já mencionados; portanto, que respeitasse o interesse e as necessidades da população camponesa.
Hoje trata-se de um reconhecimento legal, pois por influência desse processo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional defende um ensino específico para a população camponesa, um programa curricular diferenciado do existente nos centros urbanos. Inclusive, com horários escolares que respeitem o ciclo agrícola de cada comunidade. Entretanto, produções recentes sobre o tema se encontram em uma mesma conclusão: a luta iniciada na década de 80, infelizmente, não tem ganhado resultados efetivos. Ou seja, hoje ocorre o simples transplante de um único programa curricular dos centros urbanos para o campo, sem ao menos levar a conta a realidade diferenciada deste (e nem precisaria ser pesquisador para notar isso).
Trata-se de uma evidente contradição do sistema educacional brasileiro, pois apesar da LDB afirmar a formação do “cidadão crítico”, não se tem disponíveis subsídios que favoreçam a aplicação e contextualização do conhecimento escolar à realidade do discente camponês.
Este é um resultado bem esperado em uma conjuntura em que o espaço rural tem sido rotulado, e historicamente associado à miséria material e intelectual; portanto tratado como fase de transição, onde se busca educar não para a vida no campo, mas na cidade.
Gildevan Holanda!
2 comentários:
Gildevan!!!
Tais ficando famoso heim?!
Postando em blog, hauhuahua.
Saudade dos Universitarios Historiadores.
Abraço!
Esse cara é bom mesmo viu ...
É o Historiador/Educador Gildevan ...
E aí Gildevan, alguma novidade no tocante á nossa ('possível !) volta ás aulas ???
Quais as perspectivas ??? Positivas ou negativas ??? Enfim, quais são as últimas notícias ???
VAGNER MEDEIROS - 7º PERÍODO DO CURSO DE HISTÓRIA (UERN) - .
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