sexta-feira, 29 de julho de 2011

Professores não se satisfazem com proposta do governo e ameaçam greve:

Segundo o vice-presidente da Apeoc na próxima assembléia será defendida a deflagração da greve

O Sindicato dos Professores no Estado do Ceará (Apeoc) se reuniu com o governado do Estado, Cid Gomes, em razão de discutir uma nova proposta salarial. Entretanto, a proposta do governador não agradou a categoria, que afirmou, através de Reginaldo Pinheiro, vice-presidente da Apeoc, que se persistirem com a proposta, será “defendida a deflagração de greve em todo o Estado”.

“A proposta mantém uma diferença de 90 reais do graduado para o especialista e ainda promove uma mudança radical na tabela de vencimento para pior” declarou Pinheiro.

O aumento proposto pelo governo é de em 45%, somente para os professores em início de carreira com nível superior. Já para os professores temporários, o aumento seria de 60%. Em relação aos especialistas, a assessoria do governo não anunciou o reajuste.

Ainda segundo o vice-presidente da Apeoc, “não vai haver ganho algum para mais de 80% do quadro efetivo do Estado”.

Uma assembléia geral dos professores será realizada na próxima segunda-feira (1º).

Redação O POVO Online

segunda-feira, 25 de julho de 2011

O ataque dos gafanhotos no Rio Grande do Norte

O Governo do Estado nega qualquer aumento salarial apontando que os gastos com servidores já se encontraria nos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Para tomar a iniciativa política, nesta semana, o Governo divulgou dados de uma auditoria sobre os "super-salários" de alguns servidores públicos. Mais do que arrefecer os ânimos, a manobra foi como jogar gasolina na fogueira. Acirrou mais ainda a revolta dos que trabalham de verdade no serviço público. Uma das revelações da auditoria é a de que o merecedor do maior salário no Rio Grande do Norte é um auditor fiscal aposentado que recebe inacreditáveis R$ 62.916,00 por mês.
Para alcançar esse total, há um complemento que é uma amostra do cinismo com que se constrói coletivamente a destruição dos bens públicos no Brasil: nada menos que R$ 19.468,00 desse super-salário resultam da incorporação de uma tal "gratificação prêmio produtividade inativo". Nem o mais corrosivo dos humoristas pensaria em um título melhor para um ataque aos cofres públicos. O holerite do auditor é ainda vitaminado por um "adicional por tempo de serviço inativo" de R$ 6.180,00. A mensagem não poderia ser mais clara: no Rio Grande do Norte, a inatividade de um auditor fiscal vale mais do que a atividade de três professores ou dois médicos.
Na edição deste sábado do Novo Jornal, mais um dado da auditoria: um vigia, funcionário da Fundac, tem um salário mensal de R$ 21.000,69. Como a Fundac supervisiona os CEDUCs (as "febems" daqui), o Rio Grande do Norte emite outra mensagem exemplar: quem monitora os infratores deve receber proventos vinte vezes maior do que aqueles que tratam de evitar que, através da educação, que jovens cheguem em uma dessas unidades.
O ataque dos gafanhotos ao erário público destrói a esperança de jovens e adolescentes pobres e alimenta as estatísticas da morte no estado. Nos primeiros cinco meses deste ano, em Mossoró, uma cidade de 280 mil habitantes, contabilizou-se nada menos que 100 homicídios. 80% dessas mortes eram de jovens. A maioria delas poderia ser evitada, caso o policiamento da cidade não tivesse sido atingido brutalmente pela suspensão do aluguel de carros. Medida tomada em nome da contenção de gastos, diga-se de passagem.
O ataque dos gafanhotos só é possível porque há quem o alimente em algumas esferas do Estado. Descoberta a praga, o Ministério Público Estadual prometeu uma investigação. Não se poderia esperar outra medida. Afinal de contas, um promotor público estadual, no Rio Grande do Norte, recebe, em média, um salário vinte vezes maior do que o de um professor. Entretanto, há quem duvide sobre o êxito dessa investigação. Não sem razão, pois, desentocar os atores que, por trás da cena, criaram e deram feições legais aos "super-salários" não é tarefa das mais fáceis.

Edmilson Lopes Júnior. Professor de sociologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Fonte: email enviado pelo professor José Rômulo Arnaud Amâncio- Dirigente do Sinte

domingo, 24 de julho de 2011

Marcha reúne manifestantes em defesa da educação

Estudantes, professores e representantes de entidades participaram ontem de uma mobilização em prol da educação nas ruas do centro da cidade (Mossoró). O chamado pré-Grito dos Excluídos promoveu uma caminhada partindo da 12ª Diretoria Regional de Educação (DIRED) em direção ao prédio da Reitoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).


Com faixas, cartazes, carro de som, músicas, batucada e palavras de ordem os manifestantes caminharam pelo Centro protestando e convocando a sociedade a participar na luta por uma educação pública de qualidade.


O objetivo da marcha foi criticar a postura do Governo do Estado do Rio Grande do Norte no tratamento com a educação e pela falta de compromisso com os estudantes do Comando de Mobilização Estudantil de Mossoró (COMEM). “Achamos injusto como os professores e estudantes estão sendo tratados e viemos apoiar”, declarou Carlos Antonio, coordenador do Grito dos Excluídos.


Compareceram ainda integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN (Sinte-RN), da Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), Centro Feminista 8 de Março, entre outras categorias.


O estudante Hugo Victor, membro do Comem, estava decepcionado com a falta de palavra do Governo do Estado. “No dia 16 tivemos uma reunião com Paulo de Tarso [secretário-chefe do Gabinete Civil] onde ele disse que a gente podia escolher a hora e local para realizar uma reunião para ouvir as reivindicações dos estudantes. Aí quando foi ontem [na quinta-feira] eles transferiram a reunião que ia acontecer hoje [ontem] na Uern e colocaram em Natal, já em cima da hora”, explica.


Ele lamenta o cancelamento do encontro e disse que o ato foi uma forma que o Governo usou para esvaziar o protesto local. Além de Mossoró, foi realizado uma caminhada em Natal partindo do Shopping Midway em direção à Governadoria.


As ações foram organizadas pelos grupos #foramicarla e #LevanteDoElefante que estão acampados na sede do governo há vários dias. Por lá o clima tem sido de tensão. “Várias noites os policiais foram lá intimidar, dizer que se a gente fizer algo errado vamos arcar com as consequências”, relata o estudante Luiz Luz, do Comem, que estava acampado em Natal desde a desocupação da Dired no dia 12 deste mês.

Ele reforça a crítica ao Governo. “Eles diziam que só negociariam com a gente assim que deixássemos a Dired. Isso aconteceu e ainda não tivemos nenhum avanço nas negociações, e agora, em cima da hora, eles mudam o local da reunião que estava marcada há vários dias”, afirma. Caso não haja nenhum entendimento entre as partes, Luiz disse que o Comem não descarta a possibilidade de fazer novas ações com mais impacto.

Com informações do repórter Bruno Soares
Foto: Ednilto Neves/Gazeta do Oeste

sábado, 23 de julho de 2011

Secretária de Educação Cobra o Óbvio e Esquece do Essencial!



Difícil é, falar em qualidade no ensino em um país que só pensa em quantidade. Então me pergunto, como as Escolas terão qualidade de ensino com professores mal remunerados e sem recursos? com as escolas trabalhando em um regime defasado? com professores sendo usados como "tapa buracos", dando aulas sobre temas que não são suas especialidades? como proporcionar ensino de qualidade em uma escola em que não há sequer cadeiras para os alunos sentarem? É muito fácil a Sra. secretária de educação cobrar que os professores cumpram 200 dias letivos, o difícil é a Sra. secretária, juntamente com a Excelentíssima governadora, proporcionar um ensino de qualidade para, pelo menos parte, (já que obviamente a todos é praticamente impossível com esse Governo) da população estudantil do nosso estado.

Ronaldo Halisson .

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Governo do Estado anuncia novo concurso para professor do Estado

A secretária adjunta de Educação, Adriana Valéria Diniz, anunciou a realização de um novo concurso para professor do Estado. Durante entrevista coletiva ela afirmou que serão oferecidas 3.500 vagas para professores e pedagogos. O concurso será realizado até o final do anoe os aprovados serão encaminhados a sala de aula já no início do ano letivo de 2012.

Durante a entrevista, a secretária fez uma avaliação do período de mais de setenta dias de greve e reconheceu os prejuízos causados pela paralisação. “Foi um período muito doloroso em que toda a sociedade teve enormes prejuízos. Mas o que estamos construindo agora vai ser a base para que esta tenha sido a última greve dos professores da rede estadual. Nós precisamos acabar com essa cultura de greve e vamos começar esta construção por meio da valorização da educação e pelo diálogo permanente com os professores”.

De acordo com Adriana Diniz, o calendário será refeito de acordo com as necessidades de cada escola. Houve escolas que paralisaram as atividades durante a greve de forma parcial e outras de forma integral, e ainda escolas que se mantiveram em funcionamento totalmente.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Greve dos professores do estado chega ao fim:

Os professores da rede estadual de Educação vão encerraram, nesta quarta-feira (20), a greve da categoria que perdurava desde o dia 2 de maio. Em assembleia, a categoria decidiu pelo retorno devido às sanções que poderiam sofrer caso mantivessem a paralisação. Apesar da volta às aulas, os professores garantem que vão continuar na luta por melhores salários e mais atenção à educação público.

Durante a assembleia que ocorreu na tarde desta quarta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte/RN) levou à categoria a proposta do Governo do Estado, repassada durante encontro também nesta tarde. O Governo manteve a proposta de aumento de 34%, a ser pago entre setembro e dezembro deste ano. No entanto, o Executivo vai formalizar a criação de um fórum permanente para discutir o plano de cargos e salários dos servidores da Educação que, para o Estado, precisa de alterações devido ao pagamento do piso nacional da educação.
Aldair DantasProfessores decidiram terminar a greve devido às possíveis retaliaçõesProfessores decidiram terminar a greve devido às possíveis retaliações

"Cumpriremos a lei do piso nacional daqui pra frente. Mas, para garantir isso precisamos revisar o plano de cargos", disse a secretária-adjunta de Educação, Adriana Diniz.

A presidente do Sinte, Fátima Cardoso, garantiu que a categoria só decidiu retornar ao trabalho devido à decisão judicial, que determinou o retorno e estabeleceu multa de R$ 10 mil por dia de descumprimento, e também às retaliações do Governo, que cortaria o ponto dos faltosos e poderia ingressar com processos para a demissão de servidores.
"A categoria está indignada com o Governo, insatisfeita profundamente. O sentimento hoje é que as aulas vão retornar sem qualidade porque os professores estão profundamente insatisfeitos", disse Fátima Cardoso.

Apesar da decisão de retornar, os professores garantem que vão continuar buscando a melhoria nas condições de trabalho e nos salários, sob pena de que o ano letivo em 2012 não tenha início. "Esse Governo brinca de fazer Educação. Ou a governadora tem uma políticia propositiva, ou não iniciaremos o próximo ano letivo", garantiu.

A revisão do plano de cargos vai ocorrer com uma comissão de representantes dos professores e do Governo, estabelecendo um cronograma. De acordo com o secretário estadual de Administração, Anselmo Carvalho, o fórum será criado imediatamente - e o Sinte já cobra a instalação.

"Eles acham com a greve finalizada ocorre uma educação de qualidade. A ideia é contrária. Eles estão na contra-mão. Vamos cobrar imediatamente a criação do fórum para discutir o nosso plano de carreira", finalizou Fátima Cardoso.

Os professores buscavam a aplicação da tabela de revisão do Plano do Magistério e a aplicação do Piso Salarial Nacional do Magistério até junho de 2012, com o objetivo de equiparar a remuneração dos profissionais da área à dos outros trabalhadores. Além disso, a categoria, que estava em greve há 79 dias, queria o pagamento do reajuste de 34% em três parcelas, de julho a setembro.

Fonte: Tribuna Do Norte.

Professores e Governo devem se reunir à tarde:

Os professores da rede estadual vão se reunir mais uma vez nesta quarta-feira (20) com o Governo do Estado, na tentativa de chegar a um acordo para o fim da greve. A reunião deve ocorrer no período da tarde.

Segundo Fátima Cardoso, coordenadora-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte RN), o encontro dependerá do retorno do secretário do Gabinete Civil Paulo de Tarse, que viajou para o interior.

A Secretaria Estadual de Administração e Recursos Humanos (Searh) ainda não avaliou o impacto financeiro que o Estado poderá sofrer caso a governadora Rosalba Ciarlini decida acatar a proposta de aumento dos salários dos professores. Conforme tabela apresentada pelo Sinte, na semana passada, o professor graduado passaria a ganhar, no mínimo, R$ 1.530,00 o que equivale ao último nível remuneratório dos servidores com ensino médio completo. O titular da Searh, Anselmo Carvalho, afirmou que este é um novo assunto que ainda não foi estudado.

Fonte: Tribuna do Norte.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Greve dos Professores Estaduais Pode Acabar Esta Semana.

O Governo do Estado e a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (Sinte-RN) tiveram mais uma rodada de negociações, na manhã desta segunda-feira (18), para tentar encerrar a paralisação que completou 77 dias. 

Os representantes da categoria e a deputada federal Fátima Bezerra (PT), chamada para intermediar a negociação, se disseram mais “otimistas” depois da reunião com o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso Fernandes, na sede da Governadoria. A expectativa é que a greve seja encerrada ainda nesta semana.
 De acordo com a presidente do Sinte, Fátima Cardoso, Paulo de Tarso disse que o governo vai analisar a proposta de revisão da tabela salarial elaborada pelo Sinte. “O secretário se comprometeu a levar a reivindicação à governadora [Rosalba Ciarlini], o que nos deixa mais animados, porque abre a negociação, embora a situação ainda não seja a ideal”, declarou a sindicalista.

Em nota distribuída à imprensa, Paulo de Tarso confirmou que o governo “estudará essa questão [da tabela salarial do magistério]”, mas evitou se comprometer além disso, afirmando que o assunto será tratado com “responsabilidade e dentro dos critérios de responsabilidade financeira, cumprimento da lei e também pensando nos alunos norte-rio-grandenses”.
A deputada Fátima Bezerra destacou que o governo assumiu uma postura “respeitosa e tranquila” ao negociar com a categoria e afirmou que crê no fim da greve nesta semana.

“Pelo que eu vi e ouvi do Sinte e do chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso, creio que a greve terminará nesta semana”, declarou.

Em relação à implantação do piso nacional dos professores, Paulo de Tarso reiterou que todos os docentes já receberam o pagamento, mas assegurou que o governo vai cumprir com o reajuste de 21,76% a partir de janeiro de 2012, como prevê a lei federal.

Em resposta à outra solicitação do Sinte, o secretário disse que o governo não tem como antecipar o reajuste de 34%, previsto para ser pago em três parcelas, a partir de setembro. Os professores queriam a antecipação para julho, agosto e setembro.

Uma nova reunião ficou marcada para a próxima quarta-feira (20), mas ainda sem horário definido. No mesmo dia, às 16h, os professores vão realizar mais uma assembleia para decidir pelo fim ou não da greve.

Fonte: nominuto.com

sábado, 16 de julho de 2011

Greve dos professores do RN foi considerada ilegal pela "justiça":

Algumas decisões desse cunho me deixam intrigados, posso dizer revoltado.

Minha cabeça, que contrário a tantas outras pensa, fica se questionando o seguinte:

Como é possível declarar a greve de uma categoria que luta pela implementação de uma lei ilegal?

A ilegalidade não já parte do governo do Estado de não se prontifica em implementar a lei do piso nacional dos professores? (detalhe, lei essa aprovada pelo órgão máximo da justiça no país).

A multa é de 10.000R$ por dia para a categoria. Em contrapartida, quem vai multar o Governo pelo descumprimento da lei do piso?

Enfim, nós somos obrigados a presenciar cada coisa nesse país que, em algumas situações chego a duvidar de algumas instituições. As vezes penso que as leis são criadas para beneficiar o povo, a sociedade, aqueles que realmente contribuem para a construção e edificação da mesma, mas acabo por perceber que na maioria das vezes são usadas para puni-los.

Como professor estou totalmente ao lado dos professores do nosso Estado, e concordo inteiramente com a categoria na continuação da greve. Ora se querem que cumpramos com a lei, o Governo que comece por fazer o mesmo, implemente a lei do piso nacional dos professores.

Afinal, quem está de fato descumprindo as leis?

Por favor me respondam!

Hugo Carvalho.

Professor da rede estadual de ensino do CE e indignado!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A Educação do Campo Hoje: evidência de fragilidade da atual “democracia cultural”


A educação da zona rural é tema ainda pouco debatido pela sociedade como um todo, inclusive pelos próprios educadores. A compreensão dos motivos que viabilizam essa discussão envolve a resposta a perguntas do tipo: o que torna a educação do campo merecedora de atenção especial? Existe alguma diferença desta para a dos centros urbanos? E a resposta a esses primeiros questionamentos é o passo inicial para a compreensão da importância do diálogo sobre a temática.

Primeiramente é necessário entender que o espaço rural é reconhecido, legalmente, como ambiente diferenciado das cidades, portanto, preenchido de especificidades presentes em seu cotidiano, cultura, conhecimentos prévios de sua população, trabalho, economia, por fim em inúmeros aspectos. Entretanto, tal reconhecimento é ainda muito recente, tendo inicio na década de 80.

Nesse período inicia-se, por exemplo, o Movimento de Educação do Campo, surgido através da mobilização e união de grupos de identificação camponesa, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O Movimento de Educação do Campo, auto-explicado pela denominação, buscava a efetivação de um programa educacional que levasse em conta as especificidades presentes na vida rural, em seus diversos aspectos já mencionados; portanto, que respeitasse o interesse e as necessidades da população camponesa.

Hoje trata-se de um reconhecimento legal, pois por influência desse processo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional defende um ensino específico para a população camponesa, um programa curricular diferenciado do existente nos centros urbanos. Inclusive, com horários escolares que respeitem o ciclo agrícola de cada comunidade. Entretanto, produções recentes sobre o tema se encontram em uma mesma conclusão: a luta iniciada na década de 80, infelizmente, não tem ganhado resultados efetivos. Ou seja, hoje ocorre o simples transplante de um único programa curricular dos centros urbanos para o campo, sem ao menos levar a conta a realidade diferenciada deste (e nem precisaria ser pesquisador para notar isso).

Trata-se de uma evidente contradição do sistema educacional brasileiro, pois apesar da LDB afirmar a formação do “cidadão crítico”, não se tem disponíveis subsídios que favoreçam a aplicação e contextualização do conhecimento escolar à realidade do discente camponês.

Este é um resultado bem esperado em uma conjuntura em que o espaço rural tem sido rotulado, e historicamente associado à miséria material e intelectual; portanto tratado como fase de transição, onde se busca educar não para a vida no campo, mas na cidade.

Gildevan Holanda!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Professores fazem manifesto em teatro contra a governadora.

Protesto do Sinte, Aduern e Comem esperava receber Rosalba que não foi a evento no teatro.
Com apitaço e outras formas de manifestação, vários professores aguardavam a chegada da governadora Rosalba Ciarlini ontem no Teatro Municipal Dix-huit Rosado, o que acabou não se concretizando.
Duas categorias em greve representadas pela Associação dos Docentes da Universidade do Estado do RN (ADUERN), Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do RN (SINTE/RN) e o Comando de Mobilização Estudantil de Mossoró (COMEM) fizeram o protesto.
“Estamos aqui para demonstrar mais uma vez nosso protesto como a educação vem sendo tratada. Já são mais de 70 dias de greve – a maior na educação que o RN já teve – e não temos nenhuma solução”, afirma Rômulo Arnaud, coordenador regional do Sinte.
Os manifestantes cantavam e gritavam os dizeres “a greve continua, Rosalba a culpa é sua”, “professor na rua, Rosalba a culpa é sua”, entre outros. 
Os integrantes do Sinte confeccionaram um diploma e troféu irônicos premiando a governadora com o 1º lugar em “Irresponsabilidade educacional pelo descaso com a educação pública”. Eles tentaram, em vão, entregar as “homenagens” a Rosalba Ciarlini que não compareceu ao evento, mas mandou um secretário em seu lugar.
Algumas lamparinas foram acesas como forma de protesto ao caso dos estudantes que ocupam a Dired que tive o fornecimento de energia e de água cortados na tarde de ontem.
Esta foi a terceira vez que os educadores tentam receber Rosalba quando ela vem a Mossoró. As outras duas vezes foram no aniversário de 25 anos do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) e durante o espetáculo Chuva de Bala no País de Mossoró.

Com informações do repórter Bruno Soares
Foto: Alcivan Costa/Gazeta do Oeste